No dia 16 de março é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas e a data tem o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos e agravamentos que vem acometendo o clima e o meio ambiente. Os alertas sobre os efeitos das mudanças climáticas no planeta tem se tornado cada vez mais corriqueiros, pois os eventos afetam gravemente a vida terrestre e representam uma grande ameaça à biodiversidade oceânica. Diversas atividades humanas vem intensificando esse processo e afetando significativamente a vida marinha, a poluição é o principal deles. No blog de hoje te contamos sobre os efeitos do aquecimento global sobre os animais aquáticos e indicamos algumas soluções. Confira!
Imagem de satélite de fitoplâncton na superfície do oceano. Foto: Divulgação Nasa.
Constantemente ouvimos falar sobre essa tal crise climática, ou mudanças climáticas, pelas quais o planeta vem passando. Os efeitos desse fenômeno são enormes e as consequências catastróficas. Mas, você sabe o que é e o que significa tudo isso?
As mudanças climáticas são um conjunto de alterações que ocorrem nas características do clima e na temperatura do planeta. Ocorrem mudanças de temperatura, pressão atmosférica, umidade do ar, pluviosidade, entre outros, que se dão a nível global e podem ocorrer por um processo natural, mas especialmente como resultado das atividades antrópicas (atividades dos seres humanos), que geram emissões massivas de gases do efeito estufa.
As principais causas naturais das mudanças climáticas estão relacionadas às ações das chuvas e do vento, aos movimentos orbitais da Terra, à incidência de luz solar, entre outros fenômenos naturais, e geralmente são respostas da própria natureza. Essas alterações ocorrem através de um longo processo, mas devido às ações humanas, esses processos estão sendo acelerados e as alterações intensificadas.
Desde a Antiga Grécia, estudiosos vêm alertando sobre a influência das atividades humanas sobre o clima. No passado, essa possibilidade parecia algo irreal e até mesmo impossível, mas com o passar do anos e com o desenvolvimento populacional, essa informação não apenas se tornou realidade, como também uma preocupação mundial.
A Terra está aquecendo e a temperatura vem subindo a uma velocidade surpreendente. Cientistas estipulam que haverá um aumento de 1,5 ºC na temperatura do planeta até 2040 e de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o ser humano tem 90% de culpa nisso.
A queima de combustíveis fósseis está entre as principais causas do aquecimento global. Com a Revolução Industrial, o homem passou a emitir grandes quantidades de gases do efeito estufa (GEE), em especial, o dióxido de carbono. O uso de derivados do petróleo, carvão mineral ou gás natural, para a produção de energia,
como combustível para automóveis e no processo de industrialização industrial, afetam diretamente a camada de ozônio.
Além disso, o uso inadequado do solo, o plantio de monocultura, a contaminação das águas e dos lençóis freáticos, o descarte incorreto de resíduos, o desmatamento e a expansão agropecuária, são fatores que também acarretam a intensificação das mudanças climáticas. No Brasil, o desmatamento e manejo inadequado do solo, tornam o país um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa.
São diversas as consequências do aquecimento global e muitos desses efeitos ocorrem em cadeia e podem ser sentidos em diferentes partes do planeta. Esse aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente povoadas.
Há previsão de que eventos climáticos extremos ocorram com maior frequência, como por exemplo as tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, períodos de secas severas, nevascas, furacões, tornados e tsunamis. Como já temos visto, e podemos imaginar, esses eventos terão graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais, o que ocasionará a extinção de espécies de animais e de plantas.
Isso tudo é alerta urgente para a tomada de conscientização sobre como as ações humanas são responsáveis pelo quadro de degradação do meio ambiente, da biodiversidade e da vida marinha. Se não revertermos essa situação, estaremos cada vez mais perto de um estado de calamidade.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 80% dos processos ecológicos que constituem a base da vida na Terra são afetados pelas mudanças climáticas. Estas, por sua vez, afetam a vida marinha através de uma série de caminhos. O aquecimento das águas oceânicas acaba por limitar a quantidade de oxigênio disponível, e vem provocando o deslocamento de espécies, alterando seu comportamento, desenvolvimento e até mesmo, sistema cognitivo.
O aumento da temperatura da água do mar, altera o ecossistema marinho de maneira radical e muitas espécies não conseguem acompanhar a velocidade dessas alterações, correndo o risco de colapsar.
Outra ameaça aos animais marinhos é a perda de habitat, especialmente devido à contaminação por lixo plástico. Os detritos plásticos impedem que os corais recebam luz e oxigênio. O contato com o plástico aumenta em 89% a probabilidade do desenvolvimento de doenças em corais.
Branqueamento de corais. Foto: David Doubilet & Jennifer Hayes.
O plástico afeta mais de 88% das espécies marinhas e é responsável por matar uma infinidade de animais todo ano. Esse resíduo representa uma enorme ameaça à sobrevivência da vida marinha e contribui para o agravamento do aquecimento global.O descarte incorreto de lixo impacta as praias e os oceanos, ameaça a vida dos animais, a saúde dos seres humanos e provoca o desequilíbrio ambiental.
De acordo com um estudo publicado na revista Science, o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera que provoca o aquecimento da temperatura dos oceanos, esgotando seu oxigênio, juntamente com a perda de habitat, pesca predatória e poluição costeira, farão com que a vida marinha seja extinta até o ano de 2300. Se as coisas continuarem como estão, nós iremos vivenciar mais uma extinção em massa como as ocorridas há milhões de anos.
Quer entender mais sobre os impactos do lixo nas praias? Temos um texto completo explicando o maior desafio da Década do Oceano. Leia clicando aqui!
E o que podemos fazer para amenizar os efeitos das mudanças climáticas? Além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, atitudes simples e mudanças de hábitos diários podem ajudar a mitigar esse problema. Melhorar a gestão de resíduos, dando o destino correto ao lixo, é uma das principais atitudes.
O lixo nas praias e oceanos preocupa ambientalistas no mundo todo e, sem dúvidas, é um dos maiores problemas enfrentados na atualidade. Por ano, são descartados mais de 25 milhões de toneladas de lixo nos oceanos.
As ações de coleta de resíduos realizadas nas praias, sejam coletivas ou individuais, consiste em uma simples atitude, mas que gera grandes impactos.
O aplicativo Clean Swell contribui com essas ações, pois ajuda qualquer pessoa a tornar as praias mais limpas e a promover a mudança que gostaria de ver no planeta. O aplicativo foi criado pela Ocean Conservancy e ajuda a registrar todos os resíduos recolhidos. As informações registradas são encaminhadas para um banco de dados global de lixo oceânico e que fornecerão informações aos pesquisadores e governantes para que estes possam elaborar e propor soluções.
O aplicativo é bem intuitivo e seu uso é bem simples: basta baixá-lo, fazer o seu cadastro e se vincular a alguma equipe. Dentre as equipes, você pode se juntar ao time da FMA, basta colocar a sua localidade e selecionar “FMA” no campo “Nome do Grupo”. A Ocean Conservancy disponibilizou um folder didático explicando como usar o app, você pode fazer o download clicando aqui.
Confira como usar o App Clean Swell em nosso Instagram. Clique aqui e assista o vídeo!
Ao se cadastrar, você fará parte da comunidade de voluntários da International Coastal Cleanup®, um grupo que trabalha com o mesmo propósito: cuidar dos oceanos do nosso planeta.
Juntamente com o Clean Swell, você estará ajudando o ecossistema marinho, tornando-o um ambiente mais limpo e saudável. Afinal, quem não gosta de uma praia limpa e própria para curtir, não é mesmo?
Todo mundo pode ajudar na conservação da fauna, contribuir para reduzir os impactos das mudanças climáticas e cuidar do meio ambiente. Participe dessa iniciativa! Baixe o Clean Swell e faça a sua parte!
Autor: Juliana Cuoco Badari - Greenbond.