Monitorar os indicadores de qualidade da água é fundamental para perceber alterações que podem afetar diretamente a fauna e a flora aquáticas. Nas análises físico-químicas que realizamos nos Rios Japaratuba e Vaza Barris em Sergipe, avaliamos parâmetros essenciais como oxigênio dissolvido (OD), temperatura, pH, salinidade, ortofosfato, amônia, dureza, alcalinidade, nitrito, além da presença de metais pesados (no caso do Rio Japaratuba) como ferro, alumínio, chumbo e cobre.
Nutrientes como ortofosfato e amônia podem vir da poluição industrial, já que setores como indústrias químicas, têxteis, agroquímicas e alimentícias costumam liberar efluentes com esses compostos. Quando esses nutrientes estão em excesso, podem provocar a eutrofização, que reduz o oxigênio disponível na água e prejudica espécies sensíveis, como mamíferos aquáticos, peixes e plantas. Além disso, a presença de metais pesados acima dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 pode causar toxicidade, afetando a reprodução, o crescimento e a saúde dos organismos aquáticos, além de desequilibrar o ecossistema e reduzir a biodiversidade.
A Resolução CONAMA nº 357/2005 define os padrões de qualidade para os corpos d’água no Brasil, estabelecendo classes e limites máximos para diferentes poluentes. Essa resolução é base para a gestão e o controle da poluição industrial, e a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) utiliza esses parâmetros para avaliar a qualidade da água e orientar ações de conservação.
O controle da poluição industrial junto à fiscalização e à adoção de práticas sustentáveis é fundamental para garantir a conservação dos ecossistemas aquáticos e a manutenção da qualidade dos recursos hídricos, essenciais para o uso humano e a conservação ambiental.
Artigo por Marcela Meneses
Consultora Ambiental da Fundação Mamíferos Aquáticos