Adote um peixe-boi e conheça mais sobre esses mamíferos aquáticos

O Projeto Adote um peixe-boi é uma oportunidade única de ajudar a FMA na conservação do peixe-boi-marinho e seus habitats. Adotar um peixe-boi é muito mais do que uma ação simbólica, é uma forma tangível de mostrar seu apoio à conservação desses mamíferos marinhos e ajudar a FMA a dar continuidade a suas pesquisas e ações de conservação. Em nosso blog, você encontrará todas as informações sobre os peixes-bois-marinhos monitorados pela FMA e conhecerá um pouco sobre suas histórias. Ao adotar um peixe-boi, você receberá regularmente boletins informativos sobre ele, permitindo que você acompanhe de perto sua jornada. Vem ler!

 Foto: Luciano Candisani.

Por quê adotar um peixe-boi?

O Projeto Adote um Peixe-Boi, realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), busca conquistar apoiadores engajados na conservação dos peixes-bois-marinhos por meio de um programa de apadrinhamento simbólico desses animais.

Ao adotar um peixe-boi, o “padrinho ou madrinha” recebe boletins informativos periódicos, com informações atualizadas sobre o desenvolvimento do seu amigo adotado e sobre as atividades realizadas com ele, além de presentes exclusivos que podem incluir pelúcias alusivas ao peixe-boi-marinho, certificado de adoção e uma biografia completa, de acordo com o plano de doação escolhido.

Através dessa adoção simbólica, os apoiadores têm a oportunidade de fazer parte da conservação dessa espécie ameaçada e acompanhar o trabalho de monitoramento realizado pela FMA. Os valores arrecadados por meio do programa de adoção são destinados a diversas iniciativas de conservação, que abrangem áreas-chave para a proteção dos peixes-bois-marinhos.

Uma das áreas beneficiadas pelo Adote é o manejo técnico dos animais monitorados. Regularmente, todos os peixes-bois passam por avaliação clínica, pesagens, biometria e coleta de materiais biológicos para análises clínicas, visando avaliar seu estado nutricional e de saúde. Essa abordagem técnica e cuidadosa contribui para a proteção e o bem-estar desses animais.

Além disso, equipes da FMA realizam esses monitoramentos diariamente, tanto em áreas onde há maior circulação de pessoas quanto em regiões mais remotas. Essa presença contínua garante a segurança dos animais e orienta a população local sobre a importância da conservação, promovendo a educação ambiental.

Cuidados veterinários especializados também são prestados aos peixes-bois-marinhos. Equipes multidisciplinares acompanham esses animais e oferecem cuidados veterinários sempre que necessário, seguindo protocolos estabelecidos para a espécie.

A FMA também investe no desenvolvimento de tecnologias avançadas para a conservação dos sirênios. O uso de transmissores satelitais desenvolvidos pela instituição permite acompanhar a localização dos indivíduos com alta precisão. Outras tecnologias, como monitoramentos por VHF (Very High Frequency) e transmissores IoT (Internet of Things), também são constantemente utilizadas.

A pesquisa científica é fundamental para obter informações e conhecimentos sobre os peixes-bois-marinhos e os ecossistemas em que vivem. Pesquisadores associados à FMA realizam estudos nas áreas de vida dos peixes-bois-marinhos, contribuindo para a conservação ambiental e fornecendo dados valiosos para a implementação de medidas de proteção.

Além do impacto direto na conservação da espécie, o Projeto Adote um Peixe-Boi também promove o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais onde a FMA atua. Diversas iniciativas geram emprego e renda para as populações tradicionais, promovendo a sustentabilidade e o bem-estar das comunidades envolvidas.

Ao adotar um peixe-boi por meio desse programa, os doadores têm a oportunidade de se tornarem parte ativa na conservação dessa espécie icônica, acompanhando de perto o trabalho da FMA e contribuindo para um futuro melhor para os peixes-bois-marinhos e para as comunidades costeiras.

Quer conhecer mais sobre os trabalhos desenvolvidos nas bases da FMA? Clique aqui e confira!

O que é o peixe-boi?

O peixe-boi é um mamífero aquático fascinante que pertence à ordem Sirenia. Existem três espécies conhecidas de peixes-bois: o peixe-boi-amazônico (Trichechus inunguis), o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) e o peixe-boi-africano (Trichechus senegalensis). Esses animais são conhecidos por sua aparência única e comportamento tranquilo.

Foto: Enrico Marcovaldi/Acervo FMA.

Os peixes-bois possuem um corpo robusto e cilíndrico, coberto por uma pele grossa e enrugada, geralmente de cor cinza ou marrom. Eles têm nadadeiras dianteiras em forma de remo e uma nadadeira caudal horizontal, que os ajuda a se moverem na água. A cauda é achatada e em forma de pá, o que facilita a natação em águas rasas.

Esses mamíferos têm uma dieta exclusivamente herbívora, alimentando-se principalmente de plantas aquáticas, como algas, ervas e folhas. Eles são capazes de se alimentar tanto em águas rasas quanto em águas mais profundas.

Foto: Luciano Candisani/Acervo FMA.

Apesar de sociáveis, os peixes-bois-marinhos possuem hábitos solitários, sendo avistados em grupos durante o período reprodutivo. Eles são tranquilos e pacíficos, e interagem amigavelmente entre si.

A reprodução dos peixes-bois ocorre na água. As fêmeas têm um período de gestação que pode durar até 13 meses, e geralmente dão à luz a um único filhote a cada reprodução. Os filhotes nascem com cerca de um metro de comprimento e são amamentados por suas mães até se tornarem independentes.

Infelizmente, as populações de peixes-bois enfrentam ameaças significativas. A destruição do habitat, a poluição das águas, a pesca acidental e as colisões com embarcações representam riscos para a sua sobrevivência. Como resultado, as espécies de peixes-bois são classificadas como vulneráveis à extinção de acordo com a Red List da International Union for Conservation of Nature's - IUCN.

No entanto, existem esforços de conservação em andamento. Organizações e instituições de pesquisa, como a FMA, estão trabalhando para preservar os habitats dos peixes-bois, promover a conscientização pública e implementar regulamentações para sua proteção.

Ao aprender mais sobre os peixes-bois e apoiar esses esforços de conservação, podemos contribuir para a preservação dessas espécies e dos ecossistemas marinhos em que habitam. Esses animais desempenham um papel importante na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos e sua sobrevivência é crucial para a biodiversidade do nosso planeta.

Conheça os peixes-bois monitorados pela FMA

Que tal conhecer um pouco mais sobre os peixes-bois-marinhos monitorados e que participam do Projeto Adote um peixe-boi:

Astro: Primeiro peixe-boi-marinho reintroduzido do Brasil

Em abril de 1991, Astro foi resgatado ainda filhote encalhado na praia de Aracati, no Ceará. Evento que provavelmente se deu devido a degradação de seus habitats, especialmente dos ambientes estuarinos. Esse fator tem sido apontado como uma das principais causas dos encalhes de filhotes.

Sem um local tranquilo para o nascimento, acabam vindo ao mundo em praias expostas a correntes marinhas e outras variáveis ambientais, dificultando os cuidados maternos nas primeiras semanas, quando são mais vulneráveis.

Após o resgate, Astro foi encaminhado para a reabilitação, onde permaneceu de 1991 a 1994, ao lado da fêmea Lua, resgatada poucos meses antes. Esse período foi essencial para completar o ciclo de amamentação, alcançar o peso, tamanho e condições clínicas ideais para a soltura, aumentando assim suas chances de sucesso na vida selvagem.

Posteriormente, Astro foi transferido para um recinto de readaptação em Paripueira, no litoral norte de Alagoas. Lá, ele passou 70 dias se adaptando às condições ambientais, como amplitudes de marés variadas, temperatura da água, presença de outros animais aquáticos e alimentação natural. Após esse período de readaptação, chegou o momento tão aguardado: a soltura na natureza, juntamente com Lua. Juntos, eles partiram para uma nova jornada emocionante.

Astro passou quatro anos explorando o litoral de Alagoas, com algumas viagens até o litoral sul de Pernambuco. Em 1998, ele decidiu ampliar seus horizontes e conhecer outros estados. Seguiu em direção ao litoral sul de Sergipe e norte da Bahia, áreas em que a espécie era considerada extinta.

Astro, o primeiro peixe-boi reintroduzido no Brasil. Foto: Acervo FMA.

Atualmente, aos 32 anos de idade, a vida de Astro está intrinsecamente ligada à história da conservação da espécie no Brasil, se tornando símbolo de esperança. Astro e Lua foram os pioneiros na reintrodução de peixes-bois-marinhos no Brasil, deixando um legado marcante para a ciência e a conservação da vida marinha.

Agora, Astro segue desbravando o oceano e vivendo aventuras, e você pode acompanhá-las em primeira mão ao adotar esse peixe-boi.

Zelinha: Uma moradora ilustre do estuário do Rio Mamanguape

Zelinha é uma fêmea de peixe-boi-marinho, que assim como Astro, foi resgatada quando era apenas um filhote, também encalhada. Seu resgate ocorreu em 2003, na praia de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte.

Após o resgate, foi transferida para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio da Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, onde iniciou seu processo de reabilitação que duraria cerca de cinco anos. Durante esse período, Zeliha recebeu cuidados especializados e foi monitorada de perto até que atingisse as condições adequadas para ser devolvida à natureza.

Em 2008, Zelinha deu mais um passo em direção à liberdade ao ser levada para um cativeiro de readaptação em ambiente natural, localizado na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, na Paraíba. Lá, ela teve a oportunidade de se readaptar às condições ambientais, como diferentes amplitudes de marés, temperatura da água, presença de outros animais aquáticos e alimentação natural.

Finalmente, em 2009, com quase 6 anos de idade, Zelinha foi solta no estuário da região, onde encontrou seu novo lar.

Zelinha é um peixe-boi-marinho muito popular em sua área. Foto: Edson Acioli/Acervo FMA.

Atualmente, Zelinha está com 20 anos e continua aproveitando a vida nas águas tranquilas do estuário da Barra do Mamanguape. A jornada de Zelinha é uma prova inspiradora do poder da reabilitação e reintrodução na preservação dos peixes-bois-marinhos.

Mel: Primeira fêmea reintroduzida e se reproduzir no litoral da Paraíba

Nosso primeiro encontro com Mel, se deu da mesma forma como o de Astro e Zelinha, por meio de encalhe. Mel, foi encontrada na praia de Ponta Grossa, Icapuí (CE), em 2004. Após o resgate, foi transferida para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio da Ilha de Itamaracá (PE), onde ficou em reabilitação por aproximadamente cinco anos.

Em 2008, Mel também foi levada para o cativeiro de readaptação em ambiente natural, localizado na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB). Posteriormente, em 2009, com 5 anos de idade, pode experimentar a liberdade e foi solta no estuário da região.

Mel desfrutando de sua liberdade na natureza. Foto: Edson Acioli/Acervo FMA.

Por anos, Mel desfrutou da tranquilidade e abundância do estuário da Barra do Rio Mamanguape. No entanto, em 2019, ela decidiu explorar novos horizontes e migrou para o litoral de Cabedelo, onde tem estabelecido sua residência desde então.

Foi nessa nova área que algo extraordinário aconteceu: No final de 2021, Mel foi observada em comportamento de acasalamento na praia do Bessa. Após cerca de 13 meses, veio a tão esperada notícia - Mel se tornou mãe! Em dezembro de 2022, nasceu Favo e os técnicos do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho e da APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio tiveram a alegria de avistar a mãe e o filhote na praia do Poço, em Cabedelo, na véspera de Natal.

Essa avistagem é um dos maiores indicadores do sucesso do programa de soltura da espécie no Brasil, representando mais um marco importante na conservação da espécie. O nascimento de Favo é um evento notável, pois representa o primeiro nascimento de um peixe-boi-marinho proveniente de uma fêmea solta no estado da Paraíba.

Puã: nosso aventureiro e garoto propaganda

Nosso adorável Puã passou pelas mesmas dificuldades que os outros peixes-bois-bois, e, em 2004, foi encontrado encalhado em Porto do Mangue, no Rio Grande do Norte. Foi encaminhado para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio da Ilha de Itamaracá (PE), para receber o treinamento e passar pelo processo de reabilitação.

Após a reabilitação, Puã foi levado para o cativeiro de readaptação em ambiente natural, localizado na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB), para adaptação às condições ambientais, depois seis anos de trabalho intenso, foi devolvido a seu habitat natural, em 2010.

Puã, o garoto propaganda da FMA. Foto: Edson Acioli/Acervo FMA.

Puã vive em meio às águas da Barra de Mamanguape e ao longo do litoral de Cabedelo, na Paraíba. Este macho de peixe-boi é conhecido por sua natureza ativa e seus frequentes deslocamentos na região. No entanto, sua trajetória não tem sido isenta de dificuldades, pois Puã enfrentou um trágico incidente ao ser atropelado por uma embarcação motorizada, resultando em ferimentos graves.

Apesar do revés, Puã mostrou uma incrível capacidade de recuperação. Sua resiliência e determinação foram tão impressionantes que ele se tornou o destaque de um vídeo intitulado "Devagar, Peixe-boi no mar", produzido pela FMA e disponibilizado em nosso canal no YouTube.

Nesse vídeo, Puã se tornou um verdadeiro garoto-propaganda, transmitindo uma importante mensagem de conscientização sobre a necessidade de cuidar e proteger os peixes-bois em seu habitat natural. Você pode conferir o vídeo clicando aqui.

Com o Projeto Adote um peixe-boi, você pode acompanhar de perto a incrível jornada desses animais fascinantes e cheios de histórias. Ao adotar um peixe-boi, você estará desempenhando um papel fundamental na preservação da espécie e ajudando a garantir um futuro promissor para os peixes-bois-marinhos e seus habitats. Junte-se a nós nessa jornada e se torne parte ativa na proteção desses animais maravilhosos.

Acesse vivaopeixeboimarinho.org/adote-um-peixeboi e faça parte da conservação dos peixes-bois-marinhos e seus habitats.