Por Aline Aragão
Um grupo de amigos sergipanos que pratica pesca esportiva viveu uma experiência rara na última terça-feira (4) quando avistou, em alto mar, um grupo de orcas. O mamífero aquático, popularmente associado à baleia, na verdade é da família dos golfinhos, sendo o maior da sua espécie, e não costuma aparecer por Sergipe
O vídeo foi gravado por volta das 9h, momento em que os pescadores foram surpreendidos pelas orcas. No vídeo é possível ver alguns animais nadando bem perto do barco, a princípio se pensou que fosse uma família, com dois adultos e um filhote, mas F5News conversou nesta sexta-feira (7) com o capitão do barco, José Henrique Maciel, conhecido como Mago, que deu detalhes da experiência e disse que avistou pelo menos oito orcas.
Ele explica que as orcas estavam a 8 milhas náuticas da costa sergipana, na divisa entre a Praia do Saco e Abais, seguindo no sentido Norte. A temperatura da água era de cerca de 25ºC.
Ao todo estavam a bordo quatro pessoas, além de José Henrique também aparece no vídeo o pescador Diogo Diniz. Para José Henrique, que tem 45 anos e pesca desde criança, essa é uma experiência que marca a vida de qualquer pessoa, principalmente de quem é apaixonado pelo mar.
“Eu tenho 37 anos de experiência no mar, e não encontro palavras para descrever esse momento. Já vi outras espécies, como arraia jamanta, baleia jubarte, mas algo como foi com as orcas é uma emoção que não sei explicar”, relata, emocionado.
O biólogo da Fundação Mamíferos Aquáticos, Rodolfo Alves, disse ao F5News que os pescadores tiveram uma oportunidade única, já que esses animais não costumam passar por Sergipe, mas alertou para o perigo que correram, já que os animais podem apresentar uma reação agressiva por se sentirem ameaçados e também sobre o risco para os animais, que podiam se machucar com a hélice do barco.
“Sempre alertamos para que se mantenha distância desses animais, pelo porte deles, e naquela situação ainda mais arriscado, com presença de filhotes. Entendemos que é difícil, ver um animal desse de perto é uma oportunidade única, e não podemos tirar essa vontade de admirar dos seres humanos, mas alertamos que essa admiração ocorra com uma certa distância para segurança de todos, inclusive dos animais”, orientou.
Rodolfo lembra que em 2020 foi registrada uma passagem de orcas pelo litoral nordestino, depois que um filhote encalhou em uma praia da Bahia.
Sobre as orcas
A Orca ‘Orcinus orça’ pertence à família dos golfinhos, sendo de fato, o maior golfinho existente. Medem cerca de oito metros de comprimento e podem pesar até 11 toneladas. A coloração das orcas é uma de suas características mais marcantes, e apresenta um padrão bem definido: o preto predomina no dorso da espécie, que apresenta apenas uma mancha branca acima dos olhos e atrás da nadadeira dorsal, enquanto que a região ventral e a face inferior de sua cauda são brancas. Podem nadar a 55km/h e normalmente são encontradas em grupos.
Elas se alimentam de peixes, lulas, focas, golfinhos e toninhas; pinguins, tartarugas-marinhas, e até grandes baleias.
Suas gestações duram entre 15 a 18 meses, e os filhotes recém-nascidos são amamentados por até 2 anos.
Apesar do apelido de ‘baleia assassina’, a orca é inofensiva e ataca somente quando se sente ameaçada. As orcas são muito sociáveis, normalmente vivem em grupos e se separam apenas no período de acasalamento.
A pecha de "assassina" provavelmente veio do filme que assim mostrou a espécie, e também pela agilidade das orcas na hora da caça, porém matam apenas para se alimentar e manter sua sobrevivência.
Edição de texto: Monica Pinto
A matéria pode ser vista e assitida na íntegra pelo site abaixo:
https://www.f5news.com.br/cotidiano/cardume-de-orcas-e-visto-por-pescadores-no-litoral-sergipano.html