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Carcaças de baleias-jubarte são encontradas em praias da Paraíba

21/08/2023        

Notícias
Carcaças de baleias-jubarte são encontradas em praias da Paraíba

As equipes do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/Fundação Mamíferos Aquáticos e da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio realizaram em menos de duas semanas dois atendimentos a encalhe de baleias-jubarte mortas no litoral da Paraíba. O encalhe mais recente aconteceu no último sábado (12/08), na praia de Fagundes, em Lucena. E o primeiro registro aconteceu no dia 03 de agosto, na Praia do Sol, litoral sul de João Pessoa. Ambas as carcaças estavam em avançado estado de decomposição e, por esta condição, não foi possível identificar a causa da morte. As carcaças mediam em torno de 4 metros de comprimento, sendo ainda filhotes. Nos locais dos encalhes, foram realizadas as necropsias, nas quais amostras de tecidos foram recolhidas para estudos e análises laboratoriais. As prefeituras locais auxiliaram na destinação da carcaça com retroescavadeira e prestaram todo apoio às atividades desenvolvidas.

A espécie está em temporada reprodutiva no Brasil. E nesta época pode ser vista do litoral do Rio Grande do Norte até São Paulo, com concentração maior no Banco de Abrolhos (entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo). As baleias-jubarte, também conhecidas como “baleias-cantoras”, são animais migratórios. A população se reproduz ao longo da costa brasileira e migra anualmente para os mares da Antártida para se alimentar durante o verão, retornando para as águas brasileiras entre junho e outubro para acasalar, parir e amamentar seus filhotes – uma jornada de quase 9.000 Km percorridos (ida e volta). Seu nome científico é Megaptera novaeangliae – “grandes asas da Nova Inglaterra”, uma referência às enormes nadadeiras peitorais e à região dos Estados Unidos na qual a espécie foi identificada pela ciência pela primeira vez. A espécie pode chegar a medir 16 metros de comprimento e a pesar cerca de 40 toneladas. As jubartes possuem coloração escura em seu corpo, nadadeira dorsal típica da espécie e grandes nadadeiras peitorais (que podem chegar a ter 1/3 do comprimento do corpo e são geralmente brancas). Sua cauda possui padrões de coloração em branco e preto na face inferior, que são únicos para cada espécime, permitindo sua identificação individual. De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, estima-se que as jubartes brasileiras, em recuperação de um histórico de caça predatória, tenham hoje uma população de cerca de 20.000 animais (comparado com cerca de apenas 1.000 animais quando o Projeto Baleia Jubarte iniciou suas atividades, em 1988).

“Considerando o aumento populacional da espécie, os eventos de encalhes provavelmente acontecerão de forma mais frequente. É válido destacar que as atividades de pesca ainda representam fatores de risco relevante para a espécie”, ressalta João Carlos Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho e diretor de pesquisa e manejo da Fundação Mamíferos Aquáticos.

Caso encontre uma baleia-jubarte ou qualquer outro mamífero marinho encalhado morto na Paraíba, acione imediatamente os órgãos ambientais atuantes na região ou o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp). Não se aproxime e nem toque na carcaça.
E se acontecer de encontrar um mamífero aquático (peixe-boi-marinho, baleia, golfinho) encalhado vivo, siga estas orientações:
1. Aproxime-se devagar e fale baixo para não assustá-lo;
2. Observe se o animal está respirando e se mexendo;
3. Comunique imediatamente às instituições ambientais atuantes na região (Na Paraíba, em Sergipe e litoral norte da Bahia, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp)/ (79) 99130-0016.
4. No caso de golfinho e peixe-boi, proteja-o do sol: faça uma sombra, cubra com panos claros ou toalhas e molhe a pele sempre, tomando cuidado para não cobrir as narinas;
5. Cuidado para não jogar água nas narinas, quando estiverem abertas;
6. Afaste os curiosos. Se precisar, chame os policiais e bombeiros (ligue 190 ou 193);
7. Não devolva o animal para o mar;
8. Não alimente.

O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas. Conta com o apoio da APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/ICMBio e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (PPGEMA - UFPB).

 

 

 

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