Visitar comunidades quilombolas, participar de rituais indígenas em uma aldeia, Coco de Roda com os Mestres, vivenciar um dia de trabalho com pescadores artesanais. O Turismo Comunitário (TC) vem ganhando atenção no setor turístico por promover experiências autênticas para os visitantes e sustentabilidade econômica para os comunitários, ao mesmo tempo que colabora para a conservação da natureza. Ao contrário do turismo convencional, cujos lucros vão para grandes empresas, essa modalidade assegura que os recursos financeiros permaneçam na comunidade.
No turismo comunitário, os atores sociais se organizam de forma colaborativa, têm controle efetivo do território e das atividades econômicas. Os moradores são os principais beneficiários, pois atuam diretamente na prestação de serviços como hospedagem, alimentação, condução e venda de artesanato. Esse fluxo promove o desenvolvimento econômico local, melhora a infraestrutura e eleva a qualidade de vida dos habitantes.
A abordagem surge na América Latina na década de 1990, como contraposição ao turismo dos resorts, se associando ao enfrentamento da especulação imobiliária dos territórios litorâneos.
Preservação da cultura local
O TC coloca a cultura local no centro da experiência turística. Ao interagir diretamente com a comunidade, os turistas têm a oportunidade de conhecer e valorizar tradições, costumes e práticas que muitas vezes são ignoradas pelo turismo de massa. Festas típicas, artesanato, culinária local e histórias ancestrais ganham destaque e são preservados, pois a comunidade encontra um incentivo para manter vivas suas tradições. O intercâmbio cultural enriquece tanto os moradores quanto os visitantes, promovendo entendimento e respeito mútuo.
Um exemplo disso é o turismo desenvolvido em Coqueiro, litoral norte da Bahia. Clique aqui para conhecer um pouco da comunidade que faz tudo acontecer.
Conservação da natureza
O compromisso com a sustentabilidade socioambiental é um dos pilares do TC. Com ele, as comunidades, que geralmente dependem diretamente da natureza para seu sustento, têm um incentivo ainda maior para manter uma relação saudável com o ambiente. Práticas como o manejo sustentável dos recursos naturais e redução do desperdício são incorporadas no dia a dia.
Na Ilha Mem de Sá, município de Itaporanga D'Ajuda - Sergipe, a comunidade promove a conservação da natureza enquanto se desenvolve economicamente e preserva suas tradições, como você pode ver aqui.
O Turismo Comunitário também tem importante papel na Educação Ambiental. A imersão no ambiente natural é uma forma eficaz de sensibilização e reconexão com a natureza. Foi pensando nisso que a Fundação Mamíferos Aquáticos criou a Rota do Peixe-Boi-Marinho. Há um ano, compartilhamos com as pessoas as maravilhas do litoral nordestino, tendo como base o conhecimento sobre os peixes-bois-marinhos e seus territórios, adquirido durante mais de 30 anos de monitoramento dos animais reintroduzidos na região.
Experiência de qualidade para o visitante
Quem opta pelo TC busca mais do que uma simples visita a um novo destino; quer uma vivência autêntica. Ao se hospedar em casas de família, participar de atividades comunitárias e conhecer o cotidiano local, os visitantes mergulham na cultura e no estilo de vida da região, criando memórias duradouras e significativas.
Assegurar uma experiência de qualidade e comprometida com a responsabilidade social e ambiental é um dos princípios do turismo comunitário. Ao escolher destinos e práticas que apoiem o TC, o turista contribui para um mundo mais justo, sustentável e culturalmente rico. É uma forma de viajar que faz bem para todos: visitantes, moradores e meio ambiente.